Foram avaliados os participantes do estudo SUNSHINE, realizado por pesquisadores do Dana-Farber Cancer Institute, em Boston, Massachusetts.
O grupo A com altos níveis de vitamina D na corrente sanguínea antes de serem tratados com quimioterapia associada a drogas direcionadas (anticorpo monoclonal) foram comparados com o grupo B de níveis baixos de vitamina D.
Quando os 1.043 pacientes analisados foram incluídos no estudo seus níveis sanguíneos de 25-hidroxi vitamina D, uma substância produzida no fígado, variaram de uma média de 8 ng / mL no grupo mais baixo para uma média de 27,5 ng / mL no grupo mais alto. O nível médio foi de 17,2 ng / mL.
O estudo foi apresentado no Simpósio de Câncer Gastrointestinal ASCO de 2015, realizado em San Francisco, Califórnia, de 15 a 17 de janeiro de 2015. Ontem, dia 6 de junho de 2017, esse mesmo estudo consolidou seus dados de fase 2 e foi apresentado num dos maiores congressos de oncologia do mundo a ASCO (American Society of Clinical Oncology) 2017 em Chicago.
Os mesmos pesquisadores analisaram dados com mais dos 1.043 pacientes diagnosticados com câncer colorretal metastático em um ensaio clínico de tratamento com quimioterapia mais terapias biológicas (bevacizumabe).
Os pacientes com os níveis mais altos de vitamina D sobreviveram 33% mais que os pacientes com níveis mais baixos, além de aumentar o tempo para a progressão da doença.
Dr. Ng diz que ela e seus colegas controlaram outros fatores como estilo de vida saudável, dieta, obesidade e atividade física, que estão associados a níveis mais altos de vitamina D.
O autor principal Kimmie Ng, MD, MPH, médica oncologista do Dana-Farber Cancer Institute, diz que o estudo é robusto e pode enfatizar a importância do papel da vitamina D contra o câncer colorretal.
ref: DOI 10.1002 / cncr.29513
Comentado por: Dr. André da Silva Santos, oncologista do COIP e do IPP
Um estudo muito importante enfatizando a importância do equilíbrio metabólico nas doenças crônicas, em especial o câncer, uma doença que acomete cerca de 600 mil brasileiros por ano, a qual considero uma endemia.
Esses níveis de vitamina D devem ser muito bem monitorados por um médico que entenda a relação do câncer com as suplementações, pois sabemos que os níveis em excesso da vitamina D (> 60 ng/ml) tem função imunossupressora, ou seja, diminui a ação imune do nosso organismo. Para doenças auto-imunes é necessário níveis bem elevados da vitamina D (> 60 ng/ml), porém o câncer não é uma doença auto-imune, e sim, uma doença metabólica que se beneficia de um organismo imunossuprimido para aumentar sua atividade deletéria.
Portanto, os níveis de vitamina D devem ser mantidos dentro dos padrões fisiológicos equilibrados para a manutenção da vida celular, nunca em excesso ou falta.
Até o presente momento essas considerações são corroboradas pelo estudo publicado Journal Clinical Oncology 35, 2017 (suppl abstr 3506) – apresentado neste congresso mundial da ASCO que ocorreu de 2 a 6 de junho de 2017, em Illinois, Chicago.